Marcos Petrilo, um amigo meu, Transou com um pastor alemão, Ficou grávido e deu a luz À um filhote de Cruz Credo. Pela janela do ônibus Vi um sujeito mijando na rua. Até aí tudo bem, Sentiu vontade de mijar, mijou. Na Bahia é assim também. O estranho foi o piru do indivíduo, De tal maneira que eu pude constatar em loco Como os seres humanos são tão diferentes. Nacional é o cacete!!!! Viva a Cultura !!!!!!! A medicina podia desenvolver um piru Sobressalente pras mulheres. Eu não sou gilete não, Eu não sou gilete não, Eu não sou gilete não. Noite de terror e pânico. Minha mulher estava grávida Então resolvi eu mesmo fazer o parto. A criança nasceu morta. Então a segurei pelo cordão umbilical E girei ela no ar Formando círculo concêntricos Até arremessá-la longe, Pra muito longe dali. Enquanto isso minha mulher se esvaía em sangue, Então, com as próprias mãos, Arranquei-lhe o útero, o ovário, a bexiga, O intestino grosso, o pâncreas, Até formar um corpo sem órgãos. Rio de Janeiro, 21 de abril de 2001. Cada um tem o seu diário. O meu é assim.
Compositor:Publicado em 2008 (18/Fev) e lançado em 2008 (10/Abr)ECAD verificado fonograma #1334949 em 14/Abr/2024 com dados da UBEM