Aê irmão um dia eu vi um mano dando uma rajada de Para Fal O barulho é ensurdecedor e é como se a arma chora-se sangue bom Na sequência o pranto, o pranto de mais uma mãe chorando De mais uma família se acabando o pranto da favela.
O pranto da favela seja a qualquer hora Me diz quem não gela É mais que o corpo do filho vela E para sempre carrega a sequela Veio pra cidade grande em busca de opção só decepção Mais por que isso então É o sistema que tem o dom de nos fazer chorar Não, não é pra desabafar é pra relatar Que armas de fogo não são fabricadas na periferia Mais que ironia Aquele que quer te desarmar é o mesmo que mira Aponta na sua cabeça nem pergunta atira E tira a vida de mais um pai de família sem explicação Para eles morou na periferia é ladrão Pra quem tá de fora é facio julgar Encher as mão de pedra e começar a atirar Sem se preocupar com seu telhado de vidro E quando a casa cai Então esses homens percebem que também são pais Hãm tarde demais Pra recuperar um drogado viciado E isso só confirma que a indisciplina Não é fruto da periferia E tentam calar um grito reprimindo São apenas palavras que pra elite É como um tiro no ouvido.
Chorou, chorou numa sequência de rajadas o Para Fal chorou Chorou, chorou realidade vida sofrida mais uma mãe chorou.
E são armas para militares Na mão de civis Destruindo lares e o pensamento vai a mil Cê viu o cara foi vitima do preconceito Na busca do emprego E foi na quebrada que adquiriu Respeito conceito moral Fazendo chorar o Para Fal Fazendo sua mãe chorar Não sabendo se vai voltar Há,há,há mais o empresário Achou que não merecia Não se encaixava no padrão Não tinha boa aparência Era de periferia Na ausência de confiança Ele viu no crime sua unica esperança Desde criança nunca se deixou envolver Fazer o que ? As portas se fecharam Cançou de ver o filho sofrer Chinelos havaianas se trocaram Um de cada cor O caderno do ano passado Quinze folhas foi o que sobrou O que pra elite é progreço solução Pra periferia é o fim é tristeza é lixão O que é saboroso pra você eu não gosto Regorgito eu vomito Só revolta vem da alma O sistema ainda pede calma Calma ? Porque ? Se este sistema podre Ainda não cançou de ver o filho sofrer Há mas será que a intenção do sistema é essa Vai tirar logo os grilhões dos braços da nação O povo quer crescer o povo aqui tem pressa Uma senhora ora a outra reza Pelo filho que morreu de arma na mão Procurando solução para o seu sofrimento E também o sustento para a sua família O pranto da favela mais uma vez gela O sofrimento do povo só sabe quem vive nela Tiros de traçante fazem estrelas No céu da periferia Trazem tristeza para uma grande maioria Levando riqueza para uma minoria Que fabrica importa, exporta Armas de fogo que causam a sangria Estão destruindo varias família Sem nem conhecer a periferia.