Quem passar naquela estrada Nessa mesma direção Vê de longe uma boiada Lá no alto do espigão O seu dono é o rei do gado Que tem essa exposição Pra mostrar pra muita gente Que esses bois que ali estão Deu trabalho no passado Fez boiadeiro afamado Desistir da profissão
Um vaqueiro da fazenda Por nome de Sebastião Me disse que esta boiada Tem vinte anos de prisão São muitos bois criminoso E a pedido do patrão Com a ponta de sua faca Foi escrito no mourão A passagem é proibida Quem tiver amor na vida Não pisa naquele chão
Ali tá o boi Fumaça Que passou a vida inteira Junto com o boi Ventania Noite e dia na capoeira Boi Palácio e boi Cigano Também não foi brincadeira Tão no meio desta manada Presos na mesma mangueira Junto com o boi Assassino Que matou em Ouro Fino O menino da porteira
O boi lá do Espraiadinho E o mestiço Cuiabano Também tão nessa invernada Ali fechados há muitos anos Pra completar a boiada Só um boi tá me faltando Que foi vendido em Barretos Pra o senhor doutor fulano Que comprou do rei do gado Pagando preço dobrado Libertou o boi Soberano
Compositores: Antonio Vicente Pereira Filho (Rei da Mata), Celio Pires ECAD: Obra #265153