No estado da Bahia Esse fato é verdadeiro De volta pra sua terra Vinha vindo um boiadeiro Quase morrendo de fome Mesmo trazendo dinheiro Ainda estava distante Do seu estadão mineiro Na casinha de um baiano Boiadeiro foi chegando Bateu palma no terreiro
O baiano atendeu Mandou o peão descer Filharada do baiano Saíram pra conhecer Tinha uma filha moça Mais linda que a flor do ipê Aquela beleza pura Dava gosto a gente vê Rebatendo o pó da estrada O peão pediu pousada E comida pra comer
O baiano foi dizendo Pro peão, sinceramente Há tempo que nós não temos O que comer na nossa frente A fome está deixando Os meus filhinhos doentes A seca por estes lados Tem acabado com a gente Pra encerrar nossa prosa Se tiver dinheiro pousa Com minha filha inocente
A proposta do baiano Quase matou o mineiro Jogou a guaiaca na mesa Tá aí todo o meu dinheiro Pegue tudo se quiser Sem luxo, meu companheiro Pode fazer uma compra Pra comer o ano inteiro Menina ficou tristonha Quase morta de vergonha Chorava em desespero
O peão montou no burro Já foi dando a despedida Ninguém deve aproveitar De um coitado sem saída Sua filha pode ter Um bom futuro na vida Dinheiro eu ganho mais Labutando nesta lida Deus que perdoe você Ninguém deve se perder Por um prato de comida
Compositores: Moacyr dos Santos, Lincoln Paulino da Costa (Liu) ECAD: Obra #14300