Quando cai a noite começa chacina Uma tensão toma conta do clima Aponta a arma pra mim e grita! "mãos pra cima" Sangue circula, adrenalina A pressão dilata a pupila Somente a lua acima A cena ilumina
O que foi que eu fiz, qual a acusação? "cala a boca, se não tem miolo no chão"
Tremendo mais do que eu, segurando a arma Olho fundo, suando, cheirado, principio karma
Não sou imbecil, sou apenas civil Não quero ser preso, olha que peso Me lembro da trama do negro drama Vários relatos ganharam fama Posso ter filho, se aperta o gatilho Fode comigo, família e amigo Por isso que digo, eles são inimigo Senti o perigo, sem nenhum sentido
Mão na parede, tapa na nuca Só penso que filha da puta Segura meu braço, da soco no baço Não tem conduta A dor disfarço, o que que eu faço Mantenho a postura Se na viatura me dão um sumiço (fudeu né não!)
Abre a mochila joga no chão Peço respeito, ele fecha a mão Homens da lei, que contradição Criminosos são
Quando escapo fica a ameaça Sabe onde é minha casa Besta treinada que vai a caça Todas as noites e em sequencia A paranoia embaça, desgraça na consciência Retrata falta de competência e excesso de negligência
Quem é de lá sabe que isso é o de menos Mas é menos um mano quando alguém fala demais
Onde veêm um trabalho, vejo um crime organizado Legalizado, legitimado, um braço armado Que além de tudo é pago Pelo imposto entregue ao estado Pobre, preto, favelado Sempre o cara enquandrado Por um peão armado Que sai de um carro blindado Dentre todos os paus, este é o mais mandado
Denúncia, frente a ameaça Embaça, olho no olho desfarça A farça, de um discurso De segurança, que quando em curso Tira a esperança, de muita mãe, que em soluço Por sua criança, clama, seu nome chama Ninguém responde, onde se esconde Um diamante perdeu horizonte Falam em sumiço, mas foi sequestro Chamam de bandido, um homem honesto Pela paz é esse protesto
Mas, se é filho de milionário Passa até no noticiário Fazem até retratação, ou não Com sorte um caso comova a nação Amarildos, josés, leandros Perdidos em meio a meandros De um sistema falho e injusto A tv advoga pros vermes Falsos heróis ganham seu busto. (x2)
Embora não negue o problema crime Cortam cabeças pra por vitrine E mais um comédia de renda média Crítica direitos humanos Faz chacota de uma tragédia Dizendo que é só pros manos Inversão dos fatos Pra aprovar no congresso Lei do capitão do mato Leis que trazem regresso Reduzindo a idade corte É lucro pra indústria da morte
Segurança? Só se for do carro forte Você sabe quem, e não é o voldemort
Todo esse papo foleiro Enche o bolso de alguém Pessoas em um poleiro Se dizem cidadãos de bem
Falta de razão Falta de percepção Excesso de alienação Doutrina da corporação
E a cor determina a ação Determinados a opressão As vezes a corrupção Se torna uma opção
Foi sua decisão? Meu caro capitão Do mato na multidão Mutilando o cidadão
Atirando em nossos irmãos Tudo porque tem em mãos Frieza no coração E o ferro da destruição (x4)
Compositor: Samora N'zinga Soares Cardoso (Samora N'zinga) ECAD: Obra #24018830