Samora N'zinga
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Game Overdose

Samora N'zinga

Samora N'zinga - Primeiro Plano


Viciados em omeprazol, paracetamol
Lexotan, microvlar e gardenal
Afinal, isso é legal, tem o selo oficial
20 Gramas dose letal

Imunidade reduzida pela amoxicilina
Abusa de penicilina, banaliza anfetamina
E critica usuário de cocaína
Dieta de suas crianças a base de ritalina

Inventam doenças, tipo tdah
Pra vender mais droga e poder lucrar
Hiperatividade, depressão
Daqui a pouco decidem medicar uma simples reflexão

É cada artifício irreal, surreal
Até o suco de laranja deixou de ser natural

Tem bula que burla até jurisprudência
Prescrição médica não receita transparência
Só falam de combate ao crack
Enquanto promovem 10 de desconto no prozac

Xarope é pra comer
Pílula é pra meter
O que mais vão desenvolver?
Qual doença vão vender?

Todo mundo usa droga
Droga do mundo que vem dos usa
Num jogo que tu não joga
Do resultado sei que abusa

Mandam pra jaula os fumantes do brasil
Enquanto pra dormir misturam dramim e rivotril

E rola muito coquetel
Mas não é o molotov
Até pode ser kadov
Ou a mistura de umas nove
Pastilhas coloridas
Das quais não se faz batida
Mas batido é acreditar que elas curam vidas
Tratam com morte lenta
Vida se acorrenta
Em batidas sem limão ou menta

Há quem goste de way protein
Há quem goste de um fumo finim
Há quem busque ver o jardim
Do paraíso ou lex gardeen

Bagulho sintético, até que ponto é ético?
Usuários em busca do estético
Porte atlético, suco dietético
Abstinência torna o semblante esquelético

Sei que não consegue dormir
Também não vai me ouvir
A palavra de um doutor vale mais que de um mc
Ou de qualquer paciente que escolha resistir
Depressão! ansiedade? faz me rir
Sociedade... até onde vai progredir?

Porque
São cor por ações, tarjas de várias cores
Corpos em ações, da bolsa de valores (x4)

Felicidade padrão, comportamento padrão
Medicação padrão pra diferente questão
E embora o quadro seja diferente
Gotas de padronização para qualquer paciente

Oh que coincidência! estado da virose e da cesária
Paciência... não resolve mas é necessária
Na longa fila pela vida
Surge um especialista na área
Que só não medica hipocondria parasitária
Colundria hereditária sem prevenção diária
Mas com consulta ordinária

Quando me receitam 4 remédios sou mais prático
Indicam farmácia e logo penso... sintomático

Prefiro à luz de um bom chá indígena
Do que toneladas e toneladas dessa merda cancerígena

Mas falando em cura caseira
Receita encontrada na floresta brasileira, onde
Médicos e farmacêuticos, oriundos de uma escola
Pesquisam comunidade indígena ou quilombola
Perguntam sobre o chá, que cura aquilo lá
A resposta irá anotar, a planta irá coletar
Pra testar, o principio ativo
Pois monopólio farmacêutico é bastante lucrativo

Quando afasta-se dessa gente
Sua pesquisa é blindada pela lei de patente
Mas esperto é quem sem intermédio
Conhece e planta o próprio remédio
Pois de remédio pra veneno a diferença tá da dose
Qualquer uso em excesso é game overdose

Mas onde houver dose há sempre quem pague o preço
Em biqueira ou farmácia a quem tenha o endereço

O cifrão envelopado vai direto pro escritório
Parceiro do sanatório, da clínica, e do velório
Que domina o território, investe no laboratório
Financia o consultório, mas se confere o relatório
Das causas mortis
Na quebrada é por bala e vários tiros de fuzis
Na guerra das hipocrisias há quem saia feliz
Meia dúzia de acionistas que já nem moram no país

Porque
São cor por ações, tarjas de várias cores
Corpos em ações, da bolsa de valores (x 4)

Compositor: Samora N'zinga Soares Cardoso (Samora N'zinga)
ECAD: Obra #24018829

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