Sangue de Barro
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Marginal Ipojuca

Sangue de Barro


Caminhando de vacilo e vendo o lixo se espalhar
Penso no próximo passo, se eu não tenho onde morar
Então eu pulo, corro, arrasto, me escondo
Desse chão eu não me largo nem depois de virar dono

A fumaça se espalha deixando a cabeça tonta
É na beira do ipojuca onde o fedor toma de conta
Um matuto, malfazejo, saca a sacanagem toda
É um pouco que se dá bem
E a raça podre que se foda!

Dança
Me ensina essa dança
Se virar de qualquer jeito pra poder encher a pança

Tento segurar a onda pra não me queimar na brasa
Porco nadando na merda, urubu batendo asa
Cada história uma queda, cada queda uma história
Presepada que acontece e não sai mais da memória

Mais um dia vem nervoso, e com calma eu encaro
Correnteza e lama rasa, carito ficando raro
Num pé e noutro me equilibro
Em cima dos cano da ponte, vô ter que sair correndo
Antes que os ômi me encontre

Preciso paz pra pensar na vida
E panela cheia pra fazer o bucho
Deixa o mundo girar que tudo segue um rumo
Sem correr mais que o tempo, abrir os braços
e deixar levar o vento
Pelas quebradas das pedra do agreste
Junto do cheiro do mato
Junto da gota da chuva
Até encontrar a terra seca que me acolha com amor

Compositor: Ivan Marcio Lima de Bulhoes
ECAD: Obra #30958394 Fonograma #28213969

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