Caminhando de vacilo e vendo o lixo se espalhar Penso no próximo passo, se eu não tenho onde morar Então eu pulo, corro, arrasto, me escondo Desse chão eu não me largo nem depois de virar dono
A fumaça se espalha deixando a cabeça tonta É na beira do ipojuca onde o fedor toma de conta Um matuto, malfazejo, saca a sacanagem toda É um pouco que se dá bem E a raça podre que se foda!
Dança Me ensina essa dança Se virar de qualquer jeito pra poder encher a pança
Tento segurar a onda pra não me queimar na brasa Porco nadando na merda, urubu batendo asa Cada história uma queda, cada queda uma história Presepada que acontece e não sai mais da memória
Mais um dia vem nervoso, e com calma eu encaro Correnteza e lama rasa, carito ficando raro Num pé e noutro me equilibro Em cima dos cano da ponte, vô ter que sair correndo Antes que os ômi me encontre
Preciso paz pra pensar na vida E panela cheia pra fazer o bucho Deixa o mundo girar que tudo segue um rumo Sem correr mais que o tempo, abrir os braços e deixar levar o vento Pelas quebradas das pedra do agreste Junto do cheiro do mato Junto da gota da chuva Até encontrar a terra seca que me acolha com amor
Compositor: Ivan Marcio Lima de Bulhoes ECAD: Obra #30958394 Fonograma #28213969