Quando eu nasci aprendi que em casa tudo é de graça Nada se paga Tinha o leite, o biscoito E às vezes tinha também chocolate de graça Ia pra escola, não pagava nada Tinha merenda gostosa de graça Tudo era tão suave, que saudade!
Eu fui crescendo e ouvindo conversas E descobri o que era dinheiro Que na verdade nada era de graça Tudo se paga, se vende ou barganha Vi o meu pai sussurrando no quarto E a minha mãe suspirando nervosa Do emprego ele foi excluído!
Minha inocência estava acabando E a indecência da vida chegando Vi que os adultos guardavam segredos E conviviam com um monte de medos Medo da dor, do patrão, da polícia Medo das blitz, das balas perdidas Todos os adultos são culpados!
E prá fugir dessas coisas sombrias Pra se sentir mais tranqüilo na vida Todos procuram ansiosamente onde está deus Que nos garante a vida E foi assim que encontrei a igreja Enquanto o mundo cruel nos condena A igreja de deus nos perdoa!
Quando eu passo às cinco da tarde Na praça xv ou central do brasil Vejo pessoas que foram excluídas de um emprego Que não lhes serviu Gente excluída dos sonhos da vida Gente excluída do emprego que quis Uma multidão de excluídos! De alguma coisa nessa capitalista sociedade Todos nós somos sempre excluídos
Ainda bem que existe a igreja Onde as pessoas não são excluídas Lá tem amor e tem misericórdia Pregam que deus não desiste de nós Lá me ensinaram sobre a tolerância Que o homem cai mas que deus o levanta A igreja não exclui ninguém, que alívio!
Compositor: Sergio LopesPublicado em 2009 (02/Out) e lançado em 2009 (26/Out)ECAD verificado fonograma #1610323 em 11/Abr/2024 com dados da UBEM