Sérgio Reis
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Campos Amados de Coromandel

Sérgio Reis


Na melancolia da grande cidade
O que ameniza o meu dissabor
É a doce lembrança da simplicidade
Dos meus conterrâneos aos quais tenho amor

E hoje sentindo o peso da idade
Levando no peito um mundo de dor
Vou perambulando pro sul ou pro norte
Quem sabe chegando à casa da morte
Mas penso que antes mereça a sorte
De ainda rever o meu interior

As moças usavam cabelos de tranças
Que hoje em dia não vejo iguais
Os casais de velhos de falas tão mansas
Nas festas de Reis de Minas Gerais

Congadas, catiras, trucadas e danças
Na brisa cheirosa dos buritizais
A vida de hoje vai se transformando
As coisas tão lindas que estou recordando
Na noite dos tempos estão se apagando
Daqui a uns anos não existem mais

Eu fui a criança sem vocabulário
Que acreditava em Papai Noel
A deusa que cuida do itinerário
Jogou-me na terra da grande babel

E hoje escrevendo da vida o diário
Cantando eu sinto tristeza cruel
Não nego que sou estimado onde moro
Mas um velho sonho a Deus eu imploro
Andar abraçado com quem eu adoro
Nos campos amados de Coromandel
Compositores: Gerson Coutinho da Silva (Goia) (UBC), Waldemar de Freitas Assuncao (SICAM)Editor: Irmaos Vitale (SOCINPRO)Publicado em 1978 (01/Set)ECAD verificado obra #56668 e fonograma #49316 em 11/Abr/2024 com dados da UBEM

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