Com chapéu de aba larga e barbicacho de couro E este lenço apresilhado por uma argola de ouro Mais esta faixa bordada por descendente de mouro Eu me pilcho de pampeana, alpargata castelhana E um patuá contra o agouro Defendendo o que é meu, com esta voz que Deus me deu Porque este é o meu tesouro
Cantando levo a vida, e a vida me levando Quem já nasceu cantando renasce todo dia Quem canta será sim feliz sem preconceito Um rio que no seu leito derrama poesia
Qualquer espaço é lugar para soltar minha voz Da nascente até a foz o meu canto é assim Mensageiro das barrancas, mescla de terra e capim Uma enchente de esperança que se agita, que se amansa Manancial que não tem fim Cristalina da vertente, sou matriz e afluente Deste rio que corre em mim
Cantando levo a vida, e a vida me levando Quem já nasceu cantando renasce todo dia Quem canta será sim feliz sem preconceito Um rio que no seu leito derrama poesia
Cantando levo a vida e a vida me levando Eu vou morrer cantando e se eu voltar um dia Permita Deus que eu volte gaúcha desse jeito Com a mesma voz no peito, repleta de poesia