NO BRAÇO ESQUERDO DA CRUZ Gujo Teixeira / Xirú Antunes / Diego Espíndola
Um dia o que era vida Tombou por conta do vento. Depois ergueu-se na fé Das mãos pedindo um lamento.
Nasceram todos da terra E pra ela vão voltar. Tão simples como ela própria No seu modo de criar.
A simples folha que cai Num gesto que a vida tem É uma entrega desmedida Sem ofertar-se a ninguém.
Velando a paz da partida Madeira formou-se cruz Sem iniciais e nem datas Somente um facho de luz.
É a vida que sobe aos céus Num ciclo que não se encerra A alma partiu mais cedo E o corpo mesclou-se a terra
As flores um dia vieram Da terra fértil pra perto. Receber os dois barreiros Na cruz de braços abertos
Da terra compôs-se a casa Sobre a madeira esculpida À luz da simplicidade Com asas que tem a vida
Só as almas sobrevivem Para um dia retornar Noutra vida, noutro corpo Num Deus que soube criar.
Pois sei que a vida renasce Nos rumos que ela conduz Que um joão-de-barro fez casa No braço esquerdo da cruz.
Compositores: Paulo Henrique Teixeira de Souza (Gujo Teixeira), Marco Antonio Gotuzzo Antunes (Xiru Antunes), Diego Espindola de Avila (Diego Espindola) ECAD: Obra #1698306 Fonograma #1052461