Sílvio Caldas

Vidro Vazio

Sílvio Caldas


Mariposa, do luxo da cidade
Foste queimar as tuas asas por aí
Eu vivo no horror desta saudade
Sonhando os beijos longos que perdi, de ti

Um sorriso, uma frase, uma esperança
E o barulho urbanista de um motor
Mentindo o teu olhar de corça mansa
Que era fingido como teu amor

Recordo os dedos longos que ostentavam
Em cada ponta um espelhinho oval
Dedos que osculei louco sentindo
Em cada um, o fio de um punhal

Abrindo agora o vidro do perfume
Que os meus sentidos, tanto inebriou
Sinto o aroma teimoso do ciúme
E tu és o perfume intenso que acabou

Mariposa, do luxo da cidade
Foste queimar as tuas asas por aí
Eu vivo no horror desta saudade
Sonhando os beijos longos que perdi, de ti

Um sorriso, uma frase, uma esperança
E o barulho urbanista de um motor
Mentindo o teu olhar de corça mansa
Que era fingido como teu amor

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