Sócrates (Doutor Sócrates)

Cabocla Tereza

Sócrates (Doutor Sócrates)


("Lá no alto da montanha
Numa casa bem estranha
Toda feita de sapê
Parei uma noite o cavalo
Por causa de dois estalos
Que ouvi lá dentro batê

Apeei com muito jeito
Ouvi um gemido perfeito
Uma voz cheia de dor dizendo
Você Tereza descansa
Jurei de fazer vingança
Por causa do meu amor

Pela réstia da janela
Uma luzinha amarela
De um lampião quase apagando
Vi uma cabocla no chão
E um cabra tinha na mão
Uma arma alumiando

Virei meu cavalo a galope
Risquei de espora e chicote
Sangrei a anca do tal
Desci a montanha abaixo
Galopeando o meu macho
Seu doutor fui chamar

Voltamos lá pra montanha
Naquela casinha estranha
Eu e mais seu doutor
Vimos um cabra assustado
Que chamando nós dois pro lado
A sua história contou")

Há tempo fiz um ranchinho
Pra minha cabocla morar
Pois era ali nosso ninho
Bem longe deste lugar

No alto lá da montanha
Perto da luz do luar
Vivi um anjo feliz
Sem nunca isto esperar

E muito tempo passou
Pensando ser tão feliz
Mas a Tereza, doutor
Felicidade não quis

Pus meu sonho neste olhar
Paguei caro o meu amor
Por causa de outro caboclo
Meu rancho ela abandonou

Senti meu sangue ferver
Jurei a Tereza matar
O meu alazão arriei
E ela eu fui procurar

Agora já me vinguei
É este o fim de um amor
Esta cabocla eu matei
É a minha história, doutor

Compositores: Joao Baptista da Silva (Joao Pacifico), Raul Montes Torres (Raul Torres)
ECAD: Obra #186 Fonograma #3522

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