Faz anos Saudades dos manos que se foram Pra nunca mais voltar Rua noite e dia Cerveja no bar Muitos cresceram e se perderam Vi muita mãe chorar Entre alegrias e tristezas Augusta é meu lar Quantas vezes fugi Pras noites de "xarpi" Morro da botafogo é logo ali Nas noites de doideira Dedo sujo da biqueira Quase me perdi Sem da bobeira Que a rua não é brincadeira Duas da matina, jogatina Pelas esquinas Atras de adrenalina Se marca toma rasteira A quebrada na calada é loucura Droga da pura E la vai mais um na viatura Sem censura Tem que saber buscar o ouro sem o ferro na cintura A vida aqui é dura Flertando com as ruas escuras Muita coisa aprendi pra poder evoluir Salve vila augusta Nossa Vila Angustia Devoradora de sonhos Por isso canto e componho Vagabundo, já estive no submundo Mas hoje passo a visão e posso te dizer Que com o mic na mão tenho muito mais poder De fato, tenho meus contatos E jamais irei me envolver Vamos então, resgatar nossos irmãos Que estão hibernando no berço da ilusão
Os dias tão cinzentos E as noites tão sem graça Não vejo as criança brincando mais nas praça São choros e tiros e aonde isso vai parar Só Deus pode julgar
Desculpa eu te incomoda na hora da angustia Peço pro senhor, abençoe a Vila Augusta Eu sei que não tá fácil a realidade por lá Tem mães que ainda esperam pelos filhos que não vão voltar Na madruga choros, tiros e balas traçantes E o pior de tudo isso eles nem pegam os traficantes São apenas inocentes que saem pra escola Na esperança que depois da escola bater uma bola São choros e choros, chega de invasão Só peço paz, justiça e liberdade pros irmãos São muitos que se foram, que nem dá pra contar Só os lamentos refletidos na tela do bar Oh senhor, oh senhor, por favor, me ilumine Por que não é aparência, é caráter que define Abençoe meu senhor, mais luz no meu caminho Me dê força pra bater de frente contra os inimigo E os amigo? Abençoe com a sua graça Que afaste a tristeza e o mal que nos arrasa Não to pedindo muito, por favor, meu senhor Que leve esse som a quem não dá valor pra poesia A nossa luz que incendeia Que leve um conforto lá pros mano da cadeia Paz, justiça, liberdade esse é o proceder Aqui na minha quebrada ainda é matar ou morrer
Os dias tão cinzentos E as noites tão sem graça Não vejo as criança brincando mais nas praça São choros e tiros e aonde isso vai parar Só Deus pode julgar
A cada esquina dessa vida Atividade redobrada Pois a cada quadra andada A rua cobra é na porrada
Compositores: Fernando Vaz, Juliano Trindade de Souza (Juliano Souza) ECAD: Obra #13644463