Na sombra da noite calma quando tudo está silente Os olhos do pensamento nos convidam amavelmente Para ver coisas que ha tempo de nossa mente fugiu E a gente não acredita que aquilo já existiu
Coisas distantes deixadas, nem sabe onde se escondem E nos mostra bem direitinho como foi o anteontem E naquele doce enlevo nas imagens refletidas Sonhando acordado vemos as passagens de nossa vida
Nós vemos nossa mocidade que ficou despedaçada Os amores que já tivemos na curva da longa estrada Em nossos rostos nós vemos vagando sinais videntes Vaidades que foram deixadas por quem nos quis loucamente
Mais além nós avistamos a nossa querida infância A escolinha onde estudamos nos bons tempos de criança Nós vemos nossa inocência tão pura como água da fonte A pensar que o fim do mundo é ali no horizonte
Nós vemos os campos floridos, a casinha onde moramos As águas do ribeirão, onde felizes banhamos Com dez sabugos de milho imitando juntas de bois Nos vemos lá no terreiro brincando de carro de boi
E nessa divagação a nossa mente se cansa E para pra descansar no céu azul da lembrança Neste instante o sono chega e tudo se desvanece E nos braços da saudade chorando a gente adormece
Compositores: Francisco Gottardi (Sulino), Iara Fortuna ECAD: Obra #258272