Sulino e Amarito
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A Boiada do Araguaia

Sulino e Amarito


A boiada do Araguaia
Logo após a travessia
Parou pra fazer pousada
Porque já escurecia
Naquele ermo deserto
Só céu e mato existia
Morava uma pintada
Terror da selva bravia
Quando essa fera miava
Tudo ali silenciava
Sertão inteiro tremia

Moídos pelo cansaço
Da luta daquele dia
Naquela noite soturna
Enquanto o fogo ardia
Deitados sobre os baixeiro
A peonada dormia
Somente um urutau
O silêncio interrompia
De vez em quando gritando
Parece que anunciando
O perigo que surgia

A noite já ia alta
Era quase madrugada
A boiada remoía
Lá na beira da aguada
Ouvindo o mugir do gado
A fera esfaimada
Naquele andar de felino
Veio vindo de emboscada
Com o cheiro da carne humana
Aquela fera tirana
Foi atacar a peonada

Aquele pobre boi velho
Que nas águas foi jogado
Conseguiu sair com vida
Antes de ser devorado
Pra se juntar a boiada
Com o corpo retalhado
Ele ia caminhando
Passo a passo bem cansado
Andando com lentidão
Chegou na hora que os peão
Já iam ser atacados

Defendendo a peonada
Que acordou espavorida
Aquele pobre boi velho
Com o corpo todo em ferida
Morreu lutando com a fera
Que por ele foi vencida
Disse o moço ponteiro
Com a alma comovida
Foi quem não valia nada
Que salvou toda a boiada
E também a nossa vida

Compositores: Francisco Gottardi (Sulino), Jose Aleixo Rosa Filho (Sertao)
ECAD: Obra #7935539 Fonograma #53534130

Letra enviada por Pedro Paulo Mariano

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