Tempo que eu fui boiadeiro Foi um tempo divertido Mas eu tenho uma passagem Que não sai do meu sentido
Certo dia viajando Pela estrada distraído Quinhentos conto eu trazia De um gado que foi vendido Na hora que eu dei por fé O dinheiro tinha perdido
Dois menino inocente Por ali vinha passando O armoço pro seu pai Com certeza ia levando
Acharam aquele dinheiro Contente foram guardando Quando me viram na estrada Por todo lado campeando De bão gosto os coitadinho O dinheiro foi me entregando
Quando eu peguei o dinheiro Nem sei como agradecia Dei dez conto pros menino Porque eles bem merecia
Quando eu dei o dinheiro Teve um sujeito que viu Dali eu segui viagem Mas daquilo não esquecia O que ia acontecê Meu coração pressentia
Quanto mais eu viajava Mais ficava contrariado Resolvi voltar pra trás Pelo destino mandado
Palavra que até chorei Ao vê o que tinha se dado O tár matou o menino E o dinheiro tinha roubado O outro inocente chorava No irmãozinho abraçado
Onde o caminho encobria Eu ainda pude avistar O marvado assassino Correndo pra se livrar
Risquei meu burro na espora Dei em cima pra pegar Numa cerca de arame Quando ele quis atravessar Eu lacei esse bandido Como laça um marruá
Dali pra delegacia Levei o tár amarrado E o menininho morto Nos meus braço carregado
Levei o seu irmãozinho Pra provar o que foi se dado O meu laço justiceiro Entreguei pro delegado Pra servir de testemunha Daquele triste passado
Compositor: Francisco Gottardi (Sulino) ECAD: Obra #57390 Fonograma #445233