Há muitos anos atrás No interior que eu fui criado Fui um dos melhor peão Que existiu praqueles lado
Numa daquelas fazenda Aonde eu fui empregado Amestrei um potro preto Que é para lidar com gado Como rei das invernada Ele foi considerado
Certo dia no mangueiro Eu estava distraído Um mestiço traiçoeiro Me pegou desprevenido
Se não fosse o potro preto Hoje eu era falecido Como um raio ele enfrentou O mestiço enfurecido Mas eu fiquei um homem imprestável E dali fui despedido
No lombo desse potranco Fiz proezas importante Mas no mundo, meus amigo Nossa vida é um instante
Hoje velho e acabado Igual um mendigo errante Fui rever a minha terra Pra lembrar os tempo de dantes E vi uma triste passagem Que me fez chorar bastante
Lá no matador da vila Eu vi o rei da invernada De caminho para o corte Por já não valer mais nada
Eu chamei ele pro nome Com a alma amargurada Ele ainda relinchou De cabeça levantada Parece até que relembrou A nossa vida já passada
Sem nada poder fazer Praquele que me salvou Meus olhos viram chorando Quando ele no chão tombou
Às vezes chego a pensar Que não existe mais amor Como pode um homem rico Que não tem mais onde pôr Vender pro corte um animal Que tanto serviço prestou
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Francisco Gottardi (Sulino), Teddy Vieira Azevedo (Teddy Vieira) ECAD: Obra #24765 Fonograma #258850