São quase seis da tarde, o bonde tá que já nem cabe guri Depois de um geladinho na estação a gente pode subir Bondinho é tão gostoso! Corre não. Sobe bem pras Naves e Prazeres... pois o chopp também... E os bondinhos vão partindo... E os choppinhos vão saindo...
Eu vi, na esquina co'a Santa Cristina, a mão divina esculpir Rapaz, que coisa louca a flor-de-boca e o olhar... como eu nunca vi... Passei meu Vista Alegre e o França até os Dois Irmãos, voltei no mesmo bonde e tava lá a inspiração! Escadaria da André... Que bonita ela é...
Caramelos - braços belos - debruando o branco do vestido... Tetas tesas recheando e retesando a teia do tecido... Que ousadia! Que beleza! ... me perdoe - ao pobre - a Poesia... Meu amor, Santa Teresa, cada curva dela te copia!
Só vi, no Paula Mattos, pé tão lindo, em capoeira no ar! No Morro da Coroa, o Samba faz tão fina mão batucar! Curvelo, é o zigue-zague nos seus pelos pincel e o Largo é seu sorriso! É o Guimarães do Miguel! Lagoinha, veste o céu e o Silvestre, verdes véus
Longe o Cristo, o Carioca lotou Seis da tarde, Ôlho no trilho eu estou Lá vem ela! Ave Maria no Morro! A estrela d'alva aterrisou! Encarnou!
Compositor: Taiguara Chalar da Silva (Taiguara) ECAD: Obra #8441913