“Te prepara Gildo Freitas que esta vai pra ti petiço por petiço tu também és”
Sábado fui dar uma volta lá pras bandas do povoado
Por lá descobri um baile já fiquei todo assanhada
O salão do Chico Torto um rebuliço danado
O Gildo Freitas no centro batendo em gente lá dentro
Mas quando na porta eu entro ficou branco apavorado
Falado: “Sentiu o cheiro do carvão o qüera”
Dei um grito pára a gaita Teixeirinha está chegando
Eu falei pro Chico Torto quem é que aqui está mandando
Me disse é o Gildo de Freitas que o povo está respeitando
Eu disse não manda mais trunfo é paus o meu é ais
Disparou gritei de atrás te arranca que tão pegando

O Gildo saiu cumprido porta a fora tropicando
E as moças davam risadas do seu palinha abanando
Perdeu o lenço e o chapéu e eu de atrás sai chutando
Tropicou caiu num valo agarrei pelo gargalo
Vai cuidar do meu cavalo enquanto eu sigo bailando
Falado: “O baile hoje é só pra mim”
Fiz ressuscitar os mortos e acabei com a choradeira
E tomei conta do baile com trinta moças solteiras
Gritavam pro Gildo ouvir mais bonitinho é o Teixeira
É mais novo e tem mais brilho e o Gildo fora dos trilhos
Cuidando do meu Tordilho de baixo de uma figueira
Falado: “Cuidado que o sereno vai te fazer mau índio velho”
Quando foi no outro dia na hora em que o sol desponta
Eu chamei o Chico Torto se tu és macho me apronta
Escrevi meu nome a bala no chapéu do mosca tonta
Acabou-se o teu conforto o papo do Gildo ta morto
E o salão do Chico Torto eu fechei por minha conta.
Falado: “Lá tu vais dançar é quando eu quiser índio velho”
E soltei o Gildo Freitas molhado que nem guri
Vais falar para os teus fãs o que eu te fiz por aqui
Acabei com a tua fama comedor de sucuri
Pois eu não sou teu anzol tu só tens conversa mol
Tu não briga é só farol te achega tchau pra ti.