Todo poeta quando a mulher vai embora Ele se clama ele chora as mágoas no violão As suas frases o cano d’agua furou Sabiá não mais cantou sua casa é solidão Diz que as flores o seu perfume perdeu Sua roseira morreu é triste o seu coração //: diz que a lua atrás da nuvem se esconde Mora lá não sei aonde por ver a sua paixão: // Pobre poeta diz que o canário morreu Papagaio emudeceu e se atirou na bebida Diz que o gato se sumiu mato a fora O cachorro foi embora não tem quem faça a comida Da sua amada ele reclama o carinho E que deixou o filinho chorando na despedida //: diz que o jardim é triste na primavera O rancho virou tapera partiu a mulher querida: // Poeta eu sou depois que a minha partiu Meu corpo teve arrepiu gasto menos que a metade Meu violão mais alegre continua Mais clara ficou a lua o filho não tem saudade Meu coração meu jardim é uma beleza Meu rancho não tem tristeza voltou a felicidade //: não bebo nunca borracheira não convém A mulher vai outra vem isso é bom barbaridade: // Eu sou poeta, mas um poeta prá frente Estou feliz bem contente e não canto apaixonado O cano d’agua corre água não corria O cão ladra o gato mia dela não tem se lembrado Minha roseira agora ela dá mais rosa O canarinho é mais prosa o sabiá canta dobrado //: o papagaio não chama ele só grita Quer trocar de caturrita invejoso este danado: //
Compositor: Vitor Mateus Teixeira (Teixeirinha) ECAD: Obra #52362 Fonograma #1035542