Eu sou gaúcho Daqueles da marca quente Que atropela Touro brabo na envernada Desde criança Ando sozinho no mundo E aprendi A não ter medo de nada A covardia É uma coisa que eu detesto Todo covarde Deveria nascer morto Aí nem um Diria que eu não presto Que não sou resto E nem pau que nasce torto Não sou mais valente Sou homem igual a outro Adoro uma mulher E amanso qualquer potro Sou raça de outras eras Do meu rio grande antigo Detesto homem covarde Que corre do perigo Quando um covarde Me ataca na imprensa Fala de mim De inveja da minha fama Se eu vou nele Dispara que nem ovelha Entra pro quarto E vai prá baixo da cama Venha de frente Me fale de cara a cara Acho bonito Quando um homem faz assim Mas hoje em dia Homem assim é coisa rara É um zé taquara Que só tem medo de mim Não fale mais de mim Cabo de quarda-chuva Se não tu vai deixar Tua mulher viúva Tu vais pro mundo Chorar por uma vela Deixa a mulher viúva E eu tomo conta dela Como é bonito Ver um homem de coragem Que ama os filhos E a mulher do coração Mas como é feio Ver um homem covarde na guerra Quando só presta Prá ser bucha de canhão Eu dou azar Quando um covarde aparece Fala de mim E eu não posso pegar ele No fim dou sorte Sua mulher me conhece Já não me esquece E eu carrego a dona dele Mulher de homem covarde Eu levo por vigança Nenhum deles enfrenta Meu peso na balança Só quando enfrento um homem Eu vou e ele vem Se me botar a marca Leva a marca também
Compositor: Vitor Mateus Teixeira (Teixeirinha) ECAD: Obra #46426 Fonograma #28300453