Eu não sei mesmo quando é que vou morrer Pois não se sabe a hora, nem o momento E por saber que a morte não tem dia Já vou deixando prontinho meu testamento
Meu testamento de morte é este xote E o ‘meus' parente que preste bem atenção : Põe este pinho, meu amigo e companheiro Junto de mim, dentro do mesmo caixão :
[Falado] “Quero levar o violão comigo. Depois de morto ainda vou fazer serenata! Ê, barbaridade!”
Por ser gaúcho, muito homem e mulherengo A ‘minhas' mão não amarre com uma fita Eu quero elas ‘amarrada' com a trança Da cabecinha duma chinoca bonita
Esta chinoca bonita é uma serrana Diga a esta china, não quero choro, nem vela : E a maneira da mortalha que escolhi Eu quero ir enrolado na saia dela :
[Falado] Â“É coisa boa a gente morrer, ir pra baixo do chão, mas ir bem enrolado na saia duma chinoca bonita!”
Pois gostar tanto de mulher não é defeito Isto herança que meu velho pai deixou O ‘meus' parente, cumprindo meu testamento Muito feliz, quando a morte vir, eu vou
Não pode haver coisa melhor pr'um finado Ser atendido com as coisas que provoca : E viajar para a última morada Bem enrolado na saia duma chinoca
Compositor: Vitor Mateus Teixeira (Teixeirinha) ECAD: Obra #1796682 Fonograma #1331604