Este berrante eu guardei Nesta sala decorada Pra quando chegar visitas Perguntar minha adorada De quem é este berrante A história vai ser contada
O berrante é de um gaúcho Que lidava com boiada Depois que me conheceu Fez a última tropeada
Quando eu ouço este berrante Meu corpo se arrepia Parece que eu vejo a boiada Numa madrugada fria Taquara do mundo novo Fiz a minha moradia São Francisco e Ouro Verde Bom Jesus e Vacaria Deve haver rastro na estrada Das boiadas que trazia
De noite a tropa deitava Silenciava o madrinheiro Meu pelego era o colchão Serigote o travesseiro A minha capa gaúcha Me cobria o corpo inteiro Apontava estrela Dalva Eu levantava primeiro Repinicava o berrante Acordando os companheiros
(Acorda companheiro Vamos tomar o chimarrão A erva já está cevada E a chaleira está chiando Vamos levantar companheiros Muito cedo nós temos Que podar a tropa na estrada Porque o sol hoje vai ser quente E assim foi a minha vida Anos e anos repontando boiada Cortando as estradas Desse chão brasileiro Até que numa certa ocasião...)
Foi numa certa ocasião Eu vi na beira da estrada Uma serrana bonita Que me prendeu numa olhada Todo o tropeiro é valente Mas vê mulher vira em nada Deixei de lidar com gado Minha paixão foi mudada Hoje só reponto amor Nos olhos da minha amada
(Hoje só resta saudade)
Compositor: Vitor Mateus Teixeira (Teixeirinha) ECAD: Obra #1919734 Fonograma #1034002