Tião Carreiro e Pardinho

Lobisomem

Tião Carreiro e Pardinho


Foi por boca de um Baiano que eu fiquei bem informado,
De um caso assombroso que se deu no seu estado,
Morava em Vila Velha um moço muito alinhado,
E por toda redondeza era bem considerado,
Por ter boa posição e ser filho do delegado.

De todas moças que tinha o seu sonho adorado,
Foi a filha do prefeito que caiu no seu agrado,
O grande acontecimento por todos era esperado,
Porque faltavam dois meses para ser realizado,
Na igreja do lugar seu casamento marcado.

Foi neste meio de tempo que surgiu no povoado,
Causando diversos danos um bicho desfigurado,
Tudo quanto não prestava por ele era fim dado,
Dizia ser Lobisomem porque tinha atropelado,
A tal filha do prefeito que voltava de um bailado.

A moça ficou doente do grande susto levado,
não comia e nem dormia em grito desesperado,
Dizia que estava vendo aquele vulto ao seu lado,
três doutor em volta dela não achavam o resultado,
O seu noivo não sabia porque tinha viajado.

O prefeito aborrecido combinou com o delegado,
Formaram uma quadrilha de boiadeiro e soldado,
Regulava meia noite estava tudo preparado,
Dali a pouco aquela fera pulava dando uivado,
Por se ver numa prisao de quatro laços trançado.

No tronco de uma paineira ele pousou amarrado ai,
Quando foi no outro dia foram ver o resultado,
Uns gritavam de pavor outros caiam desmaiados,
Por ver que aquela fera em gente tinha virado,
E a pessoa que ali estava toda nua e envergonhado,
Era o noivo de Susana o filho do delegado.
Compositores: Antonio Franco de Souza, Jose Tavares Filho (Ze Dourado) (SICAM)Editor: Editora e Importadora Musical Fermata do Brasil Ltda (UBC)Publicado em 2004 (12/Mai)ECAD verificado obra #2712035 e fonograma #672292 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM

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