Lá nos confins do meu norte no chão da velha Bahia Baiano de muita raça veio do nada e subia Tinha casa na cidade e armazém e moradia Fazenda com muito gado que de vista se perdia Um baú com prata e ouro Aumentava seu tesouro, sua fortuna crescia
Sofrendo do coração a morte lhe perseguia Igual um bravo gigante da luta ele não corria Quando saía de viagem sua esposa prevenia Eu vou fazer um pedido se longe eu morrer um dia Não me deixe em outro estado Eu quero ser enterrado no chão da minha Bahia
Se você não me atender por maldade ou tirania Você pagará com juro o preço da covardia Porém em sua longa viagem o baiano não sabia O calendário da morte estava marcando o seu dia Ele morreu na batalha Foi um herói sem medalha, triste fim não merecia
No coração da viúva só maldade residia A ingrata nem rezou missa de sétimo dia Pensando que muito breve com outro se casaria Aquele grande tesouro nem Deus do céu destruía Com atitude desumana Dizia a fera tirana: - isso mesmo que eu queria
Castigo vem à cavalo ligeiro igual ventania Armazém desceu as portas, sumiu toda a freguesia Bateu doença no gado, toda a boiada morria Igual gelo no sol a fortuna derretia A mulher virou um farrapo Embrulhada em velhos trapos teve o fim que merecia
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-Sp)
Compositores: Lourival Dos Santos, Sebastião Victor, Arlindo RosasPublicado em 2004 (25/Mai)ECAD verificado fonograma #665087 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM