("Toda a vida a gente
Vê quem comete um desatino
Procura se inocentá
Pondo a curpa no destino

Veja só o que aconteceu
Com o caboclo Zé Simão
Que tinha a muié e três fio
Dentro do seu coração

Caboclo trabaiadô
Chegava a sê invejado
Ela cuidava da casa
E ele do seu roçado

O bão pai e bão marido
Por toda a gente estimado
Levado por maus amigo
Ficô um pinguero viciado")

Uma tarde muito feia
Principiava a escurecê
A muié triste esperando
O inhô Simão tava a bebê

O tempo ficô medonho
Ameaçando temporá
A muié rogava a Deus
Pro seu marido vortá

Ponhô na cama as criança
E enquanto elas dormia
Foi em busca do marido
Enfrentando a ventania

Mas na hora que a coitada
Procurava o beberrão
O destino preparo
A mais cruér da traição

O vento abriu a porta
Derrubô o lampião
Bem na cama das criança
Pegando fogo o corchão

Quando a mãe desesperada
Viu o que aconteceu
Não resistiu tanta dor
Ali na hora morreu

Zé Simão oiava os fio
Queimado que nem carvão
Meu Deus, quár é a Rosinha
O Ditinho, o Bastião?

Zé Simão enlouqueceu
Ao vê tamanha desgraça
Hoje grita pela rua
Mardita seja a cachaça