Sete em cores, de repente O arco-íris se desata Na água límpida e contente Do ribeirinho da mata..
O sol, ao véu transparente Da chuva de ouro e de prata Resplandece resplendente No céu, no chão, na cascata.
E abre-se a porta da arca. Lentamente surgem francas A alegria e as barbas brancas Do prudente patriarca.
Vendo ao longe aquela serra E as planícies tão verdinhas, Diz Noé: que boa terra Pra plantar as minhas vinhas.
Ora vai, na porta aberta, De repente, vacilante, Surge lenta, longa e incerta Uma tromba de elefante.
E dentro de um buraco De uma janela aparece Uma cara de macaco Que espia e desaparece.
"Os bosques são todos meus!", Ruge soberbo o leão. "Também sou filho de Deus", Um protesta, e o tigre - "Não!"
A arca desconjuntada Parece que vai ruir Entre os pulos da bicharada Toda querendo sair.
Afinal, com muito custo, Indo em fila, aos casais; Uns com raiva, outros com susto, Vão saindo os animais.
Os maiores vêm à frente Trazendo a cabeça erguida. E os fracos, humildemente, Vêm atrás, como na vida.
Longe o arco-íris se esvai E desde que houve essa história, Quando o véu da noite cai Erguem-se os astros em glória. Enchem o céu de seus caprichos Em meio à noite calada. Ouve-se a fala dos bichos Na terra repovoada.
Compositores: Antonio Pecci Filho (Toquinho) (ABRAMUS), Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes (Vinicius de Moraes) (UBC)Editor: Tonga/BMG Music Publihing Bras (UBC)Administração: Universal Music Publishing Mgb Brasil Ltda (UBC)Publicado em 2017 (14/Ago) e lançado em 2001 (01/Ago)ECAD verificado obra #25632460 e fonograma #13842711 em 11/Abr/2024 com dados da UBEM