Falar do Brasil sem ouvir o sertão É como estar cego em pleno clarão Olhar o Brasil e não ver o sertão É como negar o queijo com a faca na mão
Esse gigante em movimento Movido a tijolo e cimento Precisa de arroz e feijão Quem tem a comida na mesa Que agradeça sempre a grandeza De cada pedaço de pão
Agradeça Clemente que leva a semente em seu embornal Zezé e o penoso balé de pisar no cacau Maria que amanhece o dia lá no milharal Joana que ama na cama do canavial João que carrega a esperança Em seu caminhão pra capital
Lembra do Brasil sem pensar no sertão É como negar o alicerce de uma construção Amar o Brasil sem louvar o sertão É dar um tiro no escuro Errar no futuro da nossa nação
Esse gigante em movimento Movido a tijolo e cimento Precisa de arroz com feijão Quem tem a comida na mesa Que agradeça sempre a grandeza De cada pedaço de pão
Agradeça Tião que conduz a boiada do pasto ao grotão Quitéria que colhe miséria Quando não chove no chão Pereira que grita na feira O valor do pregão
Zé Coco, viola, rabeca, folia e canção Zé Coco, viola, rabeca, folia e canção Amar o Brasil é fazer do sertão a capital
(Retecliphe Neto)
Compositor: Vanderli Catarina ECAD: Obra #1077059 Fonograma #43292